Eixo Educacional

Água Uso Consciente

O vídeo “Água Uso Consciente” visa lembrar a todos que a água está presente no inicio da nossa jornada cotidiana. Bem como, neste momento devemos tomar a primeira medida para o uso consciente, com simples ato de fechar a torneira durante a escovação dos dentes. Parece uma pequena atitude. Porém, esta quando adotada por toda a coletividade, representa uma medida de economia substancial para todo o sistema público de distribuição da água. (Leonel Braz)

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Agência Nacional de Águas + Facebook = Informação Hídrica

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A democratização da informação, através das redes sociais, espécie de agrupamentos virtuais onde são trocados conteúdos variados numa velocidade nunca antes imaginada. Despertaram interesse nas diversas organizações da nossa sociedade, que passaram a utilizar estas redes sociais como plataforma para a divulgação de suas atividades ou temas ligados a suas finalidades específicas.

É o caso do perfil da Agência Nacional de Águas – ANA na rede social denominada Facebook.  Nela o usuário da rede tem um acesso a matérias ligadas à questão hídrica. No perfil da ANA podem ser vistas posts muito bem elaborados por profissionais da área, que tratam de assuntos como: a constituição de uma bacia hidrográfica, erosão, Lei das Águas, as diversas técnicas de irrigação, comitês de bacia, mananciais, pluviometria, múltiplos usos da água, monitoramento pluviométrico, cobrança pelo uso da água, etc…

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O material posto à disposição no perfil da ANA pode ser indicado como material de apoio pedagógico na sala de aula e como porta de entrada para o conhecimento das questões relativas ao universo dos recursos hídricos para os interessados nos assunto

Agência Nacional de Águas – ANA no Facebook:

https://www.facebook.com/anagovbr?fref=ts

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Water Museum de Zaragoza e o Museu das Águas de Porto Alegre

Como já dissemos em outras oportunidades, muitos são os museus voltados à temática água espalhados pelo mundo. Pesquisando na Internet, encontramos um vídeo sobre a proposta do Museu de Zaragoza, na Espanha.

Pedimos à museóloga Vera Rangel (*), integrante da nossa Comissão Pró-Musa, que comentasse este trabalho em vídeo, falando sobre o museu contemporâneo e as possíveis conexões entre o MUSA e Zaragoza.

 

O museu contemporâneo

O museu contemporâneo ainda faz uso das importantes funções museais tradicionais, ou seja, guardar, expor, preservar e ampliar suas coleções.  As diferenças aparecem nas relações que o museu contemporâneo estabelece entre o Homem e suas ações

A musealização no museu contemporâneo valoriza tanto o Patrimônio Tridimensional como o Patrimônio Imaterial.  A diversificação que atualmente o museu contemporâneo encontra para a comunicação do Patrimônio possibilita inúmeras linguagens e interações.

A sociedade, no geral e a comunidade no particular são sujeito e objeto do museu. Podemos acrescentar que a pesquisa e a guarda se dão em função das necessidades atuais da sociedade.

Museu de Zaragoza e Sociomuseologia

É no triângulo criado pela relação do patrimônio (a água), com o Homem (necessitado de consciência) e o museu que nota-se o enquadramento do projeto do Museu da Água de Saragoça (Water Museum Zaragoza) com a sociomuseologia. O objetivo de efetivar um relevante serviço público, de grande interesse coletivo conduz o interesse pelo assunto: gestão das águas¹.

 ¹GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS. Qual o significado dessa expressão e por que temos de nos ocupar com ela?- Em poucas palavras, “gestão dos recursos hídricos” refere-se ao que se deve conhecer e fazer para enfrentar a “crise da água” (ou, como preferem alguns, o “stress hídrico”) que aflige nossa sociedade tanto em âmbito planetário quanto nacional, regional ou local.  (Eng. Luiz Antônio Timm Grassi , mensagem eletrônica aos membros da Comissão Pró-MUSA, 31/8/2012)

  MUSA & Zaragoza

Os dois têm o mesmo tema e igual objetivo. O Museu da Água de Zaragoza, Espanha e o Museu da Água de Porto Alegre, RS, Brasil, objetivam, através da Arquitetura, da Arte, da História e da Educação expandir a consciência na população, como se lê na definição do Tema do Museu da Água de Porto Alegre:

A Água

“O museu tem como tema a água, bem ambiental limitado, essencial para a vida e para o desenvolvimento social, suas manifestações na natureza, suas características físicas, os usos múltiplos e simultâneos atuais e ao longo da história e a gestão pública dos recursos hídricos.”

 

(*) Vera Maria Sperandio Rangel, Licenciada em História, Bacharela em Ciências Sociais; Especializações em Museologia, PUCRS e Projetos Sociais e Culturais, UFRGS; Mestrado Ciências Sociais, Doutorado em Museologia na ULHT – Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, Lisboa,  Portugal.

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O Museu Marítimo de Baía Formosa – Rio Grande do Norte

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O educador Paulo Freire atribuiu à educação o status de elemento capaz de libertar o homem de conceitos ultrapassados e de incluí-lo em novas conexões com o meio no qual está inserido. Neste sentido o MUSA quer se tornar  um centro de educação ambiental permanente que estimule novos olhares sobre as funções essenciais da  água na vida de todos nós, as problemáticas e a conservação dos recursos hídricos.

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Já postamos nesta página do Blog do MUSA, artigos sobre o Museu Contemporâneo na visão de  Ana Mae Barbosa,  Museu da Água de Yazd (Iran), Museu da Tartaruga Marinha (Florianópolis). Desta vez apresentamos o relato da educadora Rosana Braz Aguirre, sobre interessante trabalho de um pescador que abandonou a pesca predatória e construiu um museu dedicado à conservação da fauna marinha.

… No início de julho de 2013, viajamos ao Rio Grande do Norte. Em um dos passeios às belas praias daquele estado, fomos visitar a praia da Baía Formosa, localizada à 95 quilômetros ao sul da capital Natal.

Barcos de pesca formam o belo cenário da Baía Formosa, situada próxima à divisa com o estado da Paraíba. A região ainda preserva a Mata Estrela, uma área remanescente de Mata Atlântica que resistiu a monocultura da cana-de-açucar. No interior da mata, a Lagoa da Coca-Cola chama a atenção pela cor de sua água.

Porém, o que mais nos agradou neste passeio, foi descobrir que na beira da praia um pescador criou um museu dedicado à vida marinha e sua conservação. Com recursos próprios ele construiu uma cabana em frente a sua casa, cuja identificação é feita através de uma placa de madeira pintada a mão, que encanta pela sua simplicidade.

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O chão é de areia branca, os objetos e animais ficam expostos sobre mesas simples, confeccionadas com materiais recicláveis.

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O acervo em exposição é acompanhado por informações que contam um pouco da história, biodiversidade local, cotidiano dos pescadores e sua relação com o mar.

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Neste espaço o pescador recebe pessoalmente os visitantes, relatando a todos que no passado pescava e matava tartarugas marinhas para sua sobrevivência e de sua família, e que depois de manter contato com a equipe do projeto TAMAR, compreendeu a grandeza e importância do ambiente ecologicamente qualificado. Deixou de lado a postura de predador para assumir outra, a de defensor da fauna marinha. O entusiasmo e satisfação com os quais ele faz estas revelações contagiam os visitantes.

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à direita o Pescador fundador, mantenedor e mediador do Museu

O museu é mantido sem qualquer tipo de patrocínio, conta apenas com apoio da pousada local e da cooperativa de bugueiros, que durante os passeios sugerem aos turistas uma parada para visitar o singelo centro cultural. Nestas ocasiões o pescador aproveita para vender camisetas temáticas, que auxiliam na manutenção do museu.

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Ele ainda mantém a atividade pesqueira, mas agora de forma menos intensiva e mais seletiva. Além de ser um dos grandes defensores do período de defeso na região, ele conduz ao projeto TAMAR as tartarugas doentes ou feridas que são encontradas na praia e fiscaliza voluntariamente as áreas de desova.

Gestos simples, verdadeiros e concretos nos fazem crer, que atitudes como estas fazem a diferença…  (Rosana e Gilmar Aguirre)

O museu da Baía Formosa é um exemplo singelo, mas significativo do poder transformador da educação. Guardadas as devidas proporções e grau de sofisticação, vemos algumas semelhanças com o projeto MUSA. Entre elas destacamos que o museu da Baía Formosa situa-se numa orla, é centro de educação ambiental permanente, surgiu do voluntariado cidadão e se preocupa com as gerações presentes e futuras.

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Águas em Movimento na “Escola Projeto”

Recentemente fomos surpreendidos com mais um fruto oriundo Projeto Águas em Movimento realizado entre os meses de setembro e outubro de 2012. A surpresa veio através da “Escola Projeto – Unidade 2”, escola de ensino fundamental incompleto, situada no Bairro Farroupilha, que adquiriu algumas das pombas da exposição do projeto para exibi-las nas dependências escola, objetivando o desenvolvimento ao longo do ano do conteúdo programático “água”.

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 Para tanto foi pedido à artista Zoravia Bettiol que enviasse à escola algumas explicações sobre a ligação entre as pombas e o tema água. Em primeiro lugar a artista disse que a escolha da imagem da pomba para intervenções artísticas estava ligada a simbologia atribuída à ave. A pomba carrega, simbolicamente, o sentido de Liberdade, Paz, Pureza, Espiritualidade, Beleza e Comunicação.

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Segundo, sob ponto de vista artístico, o perfil de uma pomba no momento do voo foge do suporte padrão (quadrado ou retângulo), utilizados pelos artistas plásticos para suas intervenções.  Além, disso foram trabalhados os dois lados das pombas, possibilitando versatilidade na decoração do ambiente residencial ou profissional, já que elas podem ser fixadas ou suspensas.

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 Ressaltou a artista que o tema água oferece muitas nuances para inspirar a criação de obras de artes plásticas, assim como para o desenvolvimento de conteúdos pedagógicos nas escolas, tais como:

1-      A importância biológica da água para existência do homem na terra, e de todos os seres vivos;

2-      Os mitos, as lendas, as historias e contos sobre a água;

3-      Os usos múltiplos da águano uso doméstico, no abastecimento, no saneamento urbano e rural, nas estações de tratamento de água, no aproveitamento pluvial, na agricultura, na pecuária, na pesca manual, de arrastão e industrial, na aquicultura (criação de fauna hídrica), nas bacias hidrográficas, como meio de transporte, no garimpo, nas fábricas, nas indústrias poluentes, nas barragens (para geração de energia elétrica), na pesquisa subaquática, no uso terapêutico, na educação, no esporte e no lazer;

4-      Os fenômenos físicos e químicos ligados à agua, o ciclo da água, a distribuição geográfica no planeta, escassez de quantidade (secas) e escassez de qualidade (poluição).

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Enquanto aguardamos notícias sobre o andamento dos trabalhos pedagógicos na Unidade 2, da Escola Projeto, aproveitamos a oportunidade para agradecer à educadora Beth Baldi, que propiciou a Comissão Pró-Museu da Águas das Águas, vivenciar antecipadamente um  pouco de seus ideais, através da integração da arte com a real educação de crianças do ensino fundamental, tendo como pano de fundo o tema do nosso museu a “água”.

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 * Texto: Leonel Braz – Fotos: Kátia Schaeffer
** Escola Projeto – Unidade 2 / Av. José Bonifácio, 581 – Porto Alegre
      Site: http://www.escolaprojeto.com
 
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Performance e Educação

Fizemos uma pesquisa sobre Performance e Educação e encontramos uma entrevista do diretor norte-americano Richard Schechner, publicada na edição de maio/agosto de 2010 da revista Educação e Realidade,  Fundação de Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Nesta entrevista o diretor disserta sobre o tema performance e educação  com uma precisão e riqueza de conteúdo capazes de surpreender tanto a especialistas em educação, artes cênicas e plásticas; assim como  todo o leitor ávido por  aumentar seu cabedal do  conhecimento.

Vejamos o que diz o preâmbulo:

O que pode a performance na educação?

O presente texto é a transcrição de uma entrevista realizada com o diretor norte-americano Richard Schechner pelos professores Gilberto Icle e Marcelo de Andrade Pereira, para Educação & Realidade, em fevereiro de 2010, no Café Le Courlis, em Paris. O texto da entrevista foi gentilmente transcrito e traduzido pelo professor Marcelo de Andrade Pereira e revisado na sua versão em inglês pelo entrevistado. Richard Schechner propôs e desenvolveu os Estudos da Performance (Performance Studies), também conhecidos como Teoria da Performance, a partir de seu contato com o antropólogo VictorTurner em meados dos anos 1970. Foi a partir dessa época e em diversos domínios que a noção de performance se tornou central nas pesquisas, sobretudo em Artes, Antropologia, Educação e em vários campos das ciências humanas. O professor Schechner teve uma contribuição ímpar para esse desenvolvimento. Ele ficou conhecido no mundo todo por seus livros e artigos, traduzidos em mais de quarenta línguas. Ele é editor de um dos principais veículos de divulgação na área, a revista Theatre Drama Review, da Universidade de Nova Iorque, onde é professor e responsável pelo departamento de Estudos da Performance. Como teórico e praticante do teatro, Richard Schechner é responsável por uma ampliação da ideia de teatro para outros domínios, além do estético-artístico. Por intermédio do conceito de Performance ele conecta diferentes formas de ação humana, fazendo-nos repensar conceitos como realidade, ficção, representação, identidade, alteridade, cena, entre outros.”

Mergulhe no mundo da Arte, Antropologia e Educação lendo na íntegra esta primorosa entrevista, disponível neste link:

http://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/13502/7644

Para ilustrar este tema segue a versão em vídeo da Performance “(In) Fluência da Água”, de Leonel Braz e Willis Carmo.

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Conhecendo os Recursos Hídricos

No dia 03 de agosto, integrantes da Comissão Pró-Museu das Águas, reuniram-se no estúdio da artista plástica Zoravia Bettiol, para uma oficina sobre os recursos hídricos. Coube a direção dos trabalhos ao Engenheiro Luís Antônio Timm Grassi, que com muita competência discorreu sobre tema. Abaixo compartilhamos estes preciosos ensinamentos.

Para entender o mundo dos recursos hídricos primeiro devemos ter a noção de que não está acabando a água no mundo.  A quantidade no planeta é sempre a mesma.  Segundo, a proporção de água doce é muito pequena em relação à água salgada.

Local
Volume (Km3)
Percentual do total (%)
Oceanos
1.370.000
97,61
Calotas polares e geleiras
29.000
2,08
Água subterrânea
4.000
0,29
Água doce de lagos
125
0,009
Água salgada de lagos
104
0,008
Água misturada no solo
67
0,005
Rios
1,2
0,00009
Vapor d’água na atmosfera
14
0,0009
Fonte: R.G. Wetzel,1983.
 

Com relação à água doce dois terços estão em baixo da terra armazenadas em rochas úmidas denominadas rochas metamórficas; os bolsões subterrâneos são mínimos. Um terço desta água doce é superficial se localiza-se nas geleiras, rios e lagos. Estima-se que o Brasil possua um percentual de 12% a 20% da água doce do mundo.

O ciclo da água é um processo constante que gera grande parte da água superficial. Porém, esta distribuição não é homogênea.

marcaambiental.blogspot.com

Atualmente a humanidade enfrenta uma grave crise ligada à agua. Esta crise, também conhecida como stress hídrico, é um tema de discussão que merece a maior atenção por parte da sociedade e governantes, pois tem grande relevância para a sobrevivência da humanidade.

O stress da água está intimamente ligado ao aumento quantitativo dos usos tradicionais, das novas formas de uso dos recursos hídricos e das mudanças climáticas (aquecimento global). Preponderantemente, o aumento dos usos afeta a distribuição e a qualidade da água doce em escala local e global.

Apesar do maravilhoso ciclo da água, causas naturais podem influenciar a distribuição da água doce no planeta. Pouca quantidade de chuva, por exemplo, protagonizam a formação de desertos e regiões semiáridas como caatinga e os cerrados (savanas).

Vejam-se os dados pluviométricos, enquanto Porto Alegre tem uma precipitação média de 1.600 mm/ano; no Iran e no deserto do Saara a precipitação média é de 250 mm/ano. Por sua vez a região amazônica tem precipitação de 3.500mm a 4.000mm.  Tais dados comprovam a desigualdade na distribuição da água doce no Planeta Terra.

planície amazônica – amazonnewsbr.blogspot.com 

A condição climática não só influencia a disponibilidade de água no planeta, como também a cultura dos povos. Onde há falta de água as leis são rígidas quanto ao desperdício. Onde há abundância existe desperdício acentuado.

A intervenção humana também é capaz de influenciar a distribuição da água. Citem-se as regiões de Alegrete e Rosário do Sul, onde a atividade humana foi capaz da dar início a um processo de desertificação. O uso indiscriminado do solo para pastagens e agricultura intensiva extirpou a vegetação rasteira natural conhecida como pampa, assim como as matas ciliares. Esta vegetação acumulava a água necessária para os períodos de estiagem e fazia a contenção de matéria orgânica. Por consequência aconteceram processos de erosão contínuos. Surgiram pequenos areais, que com o passar dos anos foram se unificando, gerando áreas desérticas expressivas.

Alegrete – Clairfer – skyscrapercity.com

Para compreendermos a distribuição das águas superficiais devemos nos remeter à definição de Bacia Hidrográfica. A saber, bacia hidrográfica é uma unidade geográfica composta de um conjunto de terras que realizam a drenagem das águas das chuvas (oriundas do ciclo da água), conduzindo estas águas de uma região alta para outra de menor elevação. Por efeito da gravidade elas se acumulam no ponto mais baixo. Por ser um processo contínuo se estabelece um fluxo constante de água, que corre sempre num mesmo curso (direção) rumo a regiões de menor elevação.

geoconceicao.blogspot.com

Toda bacia hidrográfica é um sistema composto de um emaranhado de cursos d’água. Um único curso de água (rio) possui milhares de nascentes. Por conseguinte, a proteção destas nascentes e das matas ciliares é indispensável para a manutenção deste dinâmico sistema que abastece de água a produção agrícola, a produção industrial e faz com que a água doce chegue até a torneira das nossas casas.

Água subterrânea é afetada pela superficial. Resíduos depositados no solo, com a água das chuvas infiltram-se e contaminam o lençol freático (água acumulada no solo). Por outro lado, através dinâmica da água, muitos resíduos são dissolvidos e absorvidos pelo solo sem maiores danos ao ambiente.  Nos rios (cursos d’água) estes resíduos são arrastados, e aqueles que não são frutos de uma química complexa se dissipam e são naturalmente assimilados pelo ambiente natural.

Como já sabemos a água doce não é finita devido ao fantástico e contínuo ciclo da água. Porém, a água padece de problemas ligados a dois tipos de escassez: escassez de qualidade e escassez de qualidade.

A escassez de quantidade é quando a água disponível não é suficiente para o abastecimento das cidades, agricultura e indústria. As causas para esta modalidade de escassez são múltiplas. Podem estar ligadas à degradação do meio ambiente (destruição das nascentes, bacias de amortecimento e matas ciliares); aumentos dos usos (agricultura intensiva/crescimento industrial/aumento populacional); fenômenos climatológicos (secas).

Já a escassez de qualidade na maioria das vezes é provocada pela ação do homem (eventualmente pode haver a contaminação de mananciais hídricos, p. ex. pela proliferação de algas tóxicas em rios ou lagos devido a condições especiais). Neste caso existe a oferta de água, porém esta não se presta para o consumo doméstico, agrícola ou industrial sem que ela passe por processo químico de descontaminação, que implica em custos a ser agregados às tarifas ou preço final de produtos agrícolas e manufaturados.

O Guaíba, por exemplo, apesar de ser um imenso manancial, sofre com a escassez de qualidade, que obriga as autoridades a fazer pesados investimentos no tratamento da água para o abastecimento doméstico e das águas servidas.

Orla Guaíba/Anfiteatro Por do Sol – Leonel Braz

Pensando nesta escassez de qualidade foi criado o Comitê da Bacia Hidrográfica do Lago Guaíba, que se dedica ao estudo das problemáticas deste sistema fluvial. Além dos estudos o comitê também tem por objetivo o equacionamento e racionalização das atividades dependentes das águas deste sistema para a recuperação da sua qualidade. Assim como, garantir formas de proteção efetivas das nascentes e margens para evitar que o Guaíba não venha também a padecer da escassez de quantidade.

De maneira geral, a reversão do quadro lastimável em que se encontram nossos rios e lagos necessariamente passa por políticas públicas de proteção ambiental que englobem a educação ambiental permanente, desenvolvimento de novas tecnologias, racionalização e fiscalização dos usos destes mananciais.

A participação cidadã neste processo é importante. Porém, os problemas criados coletivamente devem ser tratados coletivamente. A soma das ações individuais não é superior ao efeito proporcionado pelas ações coletivas, neste sentido são imprescindíveis políticas públicas para a Gestão dos Recursos Hídricos.

O Museu das Águas de Porto Alegre – MUSA quer ser parte integrante da Gestão dos Recursos Hídricos como um instrumento de conscientização e educação nas questões ligadas ao tema “água”. De acordo com a definição da missão do museu redigida pela comissão Pró-Musa, que é a seguinte:

“Ser um espaço de convivência, de conscientização da sociedade (informação, comunicação e participação) e de construção de conhecimento (aprendizagem e pesquisa), através da criação, produção e fruição de arte nas suas múltiplas manifestações, valorizando e promovendo a cultura, o ambiente e a história dos usos das águas e constituindo-se em instrumento de Gestão de Recursos Hídricos.”

imagem central Luís A. T. Grassi – Eduíno de Mattos
* Texto: Leonel Braz
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 TV E VÍDEO NA EDUCAÇÃO

Finalmente a televisão e o vídeo estão chegando à sala de aula. E deles se esperam, como em tecnologias anteriores, soluções imediatas para os problemas crônicos do ensino-aprendizagem.

TV e vídeo ajudam o bom professor, atraem os alunos, mas não modificam substancialmente a relação pedagógica.

Aproximam a sala de aula das linguagens e temas do cotidiano da sociedade urbana, mas também introduzem problemas para o processo de ensino-aprendizagem.

Ver mais em:  http://www.eca.usp.br/prof/moran/video.htm

Segue uma sugestão de vídeo para o ensino básico sobre o ciclo da água…

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Museu Aberto da Tartaruga Marinha

Projeto TAMAR em Florianópolis

As reportagens e documentários sobre o Projeto TAMAR sempre causam nas pessoas sensíveis às questões ambientais uma empatia instantânea e um grande desejo de querer conhecer pessoalmente o importante trabalho da instituição. Dedicado ao estudo e preservação da fauna de tartarugas marinhas da costa brasileira, o projeto iniciado no norte do país atualmente possuiu várias ramificações ao longo do litoral brasileiro.

Para população do Rio Grande do Sul um contato direto com as atividades desta fundação era bastante difícil em razão da distância. Porém, esta distância se encurtou com a criação do “Museu Aberto da Tartaruga Marinha”, uma base do projeto TAMAR, na Praia Barra da lagoa, Florianópolis, Santa Catarina.

O Projeto TAMAR em Florianópolis desenvolve suas atividades em dois eixos definidos: o primeiro diz respeito à preservação com a proteção, estudo, monitoramento e o tratamento de quelônios para a posterior devolução ao meio natural; o segundo relaciona-se com um museu interativo de ciências naturais que leva o visitante a conhecer o ciclo de vida, os hábitos, habitats e riscos enfrentados pelas tartarugas e outras espécies de animais marinhos viventes na costa brasileira.

O museu está assentado sob uma área de preservação permanente e as construções são todas em madeira para diminuir o impacto ambiental, facilitar a remoção e a recuperação do ambiente se assim for necessário. Não se trata de um megaprojeto, por sinal a simplicidade dá o tom nas instalações imprimindo um clima típico praieiro, que envolvem e encantam os visitantes.

O Projeto TAMAR de Florianópolis, guardadas as devidas proporções, possui no seu layout todos os elementos constantes nas grandes instituições museológicas. Além, do cuidado o com o acervo criteriosamente escolhido e distribuído; existe a preocupação para com o bem estar os visitantes.

Já na praia onde é captada água para os tanques encontramos placa sobre a captação de água para os mesmos. Na entrada um estacionamento para veículos, reserva espaço para a recepção de ônibus de escolas, que se constitui na principal clientela.

Chegando à recepção os visitantes adquirem os tickets de entrada, recebem folders da instituição e são informados pela recepcionista sobre a programação do dia (Pode-se agendar a visita guiada, além dos horários diários).  O horário de alimentação das tartarugas constitui-se numa atração especial do museu.

 A partir daí decks de madeira sob um gramado conduzem os visitantes até quiosques onde a historia das tartarugase de outras espécies marinhas são reveladas aos visitantes.

Existem tanques onde ficam as tartarugas que estão passando por tratamento para devolução posterior ao ambiente natural; ou que não apresentam condições de retornar ao oceano. O contato direto com animais emociona a todos, são animais de grande porte, que surpreendem pela beleza e docilidade.

 Placas indicativas descrevem o nome das espécies, aspectos fisiológicos, localização do habitat natural, hábitos alimentares e reprodução.  Também há quadros comparativos e réplicas de animais em tamanho natural .

Sala de vídeo e anfiteatro… 

A distribuição dos espaços é harmônica e muitas vezes surpreendem os visitantes.

Com relação a questões referentes à defesa e preservação da espécie o Museu TAMAR de Florianópolis cumpre plenamente com sua missão. Pois, além do trato dos animais feridos ou doentes, do trabalho de conscientização junto aos pescadores locais, leva de forma competente aos visitantes, informações vitais para a sobrevivência da espécie.  

arquivo TAMAR

Num dos quiosques, por exemplo, o visitante é alertado sobre os problemas da poluição causada pelo plástico que vai parar no fundo dos mares e acaba sendo ingerido pelas tartarugas, que confundem estes os objetos com alimentos. Tal fato é apontado como uma das principais causas que podem levar as tartarugas marinhas à extinção.

Assim como, o perigo que representado pela pesca predatória com redes e anzóis de toda espécie. Até bem pouco tempo as tartarugas marinhas capturadas por estes métodos de pesca eram impiedosamente sacrificadas por que eram consideradas inimigas dos pescadores. Os guias afirmam que apesar dos esforços para conscientização sobre a importância das espécies, feitos junto aos pescadores, esta prática ainda acontece em alto mar onde não há qualquer tipo de fiscalização.

Conhecer o Projeto TAMAR nos leva concluir que é possível desenvolver ações preservacionistas eficientes com sustentabilidade. A unidade de Florianópolis além de cumprir com sua importante missão na defesa dos quelônios marinhos fornece emprego para técnicos como: biólogos, veterinários e guias comunitários.

Colaboram para a manutenção do trabalho desenvolvido pelo projeto TAMAR, em Florianópolis, as doações feitas através das leis de incentivo à cultura. Assim como, a renda advinda da cobrança de ingressos, taxa de estacionamento e de uma encantadora lojinha…

…na qual o visitante pode escolher entre variados e criativos souvenires uma pequena grande lembrança dos emocionantes e inesquecíveis momentos vividos naquele museu.

 Sobre as Tartarugas Marinhas (Texto Projeto Tamar)

As tartarugas marinhas são répteis, existem a mais de 150 milhões de anos e conseguiram sobreviver a todas as mudanças do planeta. Há sete espécies no mundo, cinco delas ocorrem no Brasil: Cabeçuda (Caretta caretta), de Pente (Erethmochelys imbricata), Verde (Chelony midas), Oliva (Lepydochelys Olivacea), e de Couro (Dermochelys Coriacea). Todas estão na lista de espécies ameaçadas do IBAMA (Portaria Nº  1.522 de 19/2/89 e da IUCN – União Mundial para a Conservação da Natureza, apresentando graus de ameaça segundo critérios de avaliação da situação das populações.

São animais de ciclo de vida longos e altamente migratórios. Levam até 30 anos para se tornarem adultos. Pesam de 65 quilos (a média para a menor das espécies, a Lepydochelys Olivacea, até 700 quilos (a média paraa maior das espécies,  Dermochelys Coriacea). O período de desova se estende de setembro a março, no litoral brasileiro, e de dezembro ajunho, nas ilhas oceânicas.

O acasalamento ocorre no mar, nas aguas profundas ou costeiras. Cada fêm ea pode desovar de três a cinco vezes, em média, com intervalo de 10 a 15 dias.  Os ovos são incubados pelo calor da areia da praia – onde são enterrados a cerca de 50 centímetros da superfície e demoram aproximadamente 45 a 60 dias até as tartaruguinhas nascerem. Logo sempre que nascem à noite, correm para o mar, orientados pela luminosidade do horizonte.

Estima-se que de cada mil tartarugas nascidas apenas 1 ou 2  chegam à vida adulta. Na sua primeira luta pela sobrevivência são capazes de nadar freneticamente por até sete dias sem sequer se alimentar. Passada a primeira etapa de vida, alimentam-se de camarões, moluscos, caranguejos, esponjas e algas. Voltam a mesma praia de origem para desovar, muitas vezes fazendo viagens transcontinentais, já que podem ter seu sítios de alimentação e reprodução em diferentes continentes.

* Texto e fotos Leonel Braz

 
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Escola Mãe de Deus em Porto Alegre Realiza Trabalho Pedagógico Sobre a Água

Os membros do Comitê Pró-Museu das Águas Leonel Braz e Rosana Braz Aguirre estiveram  na Escola Mãe de Deus,  bairro Trizteza, no dia 09 de novembro, para apresentar aos professores da entidade a Proposta do Museu das Águas de Porto Alegre. A proposta foi muito bem recebida pelo corpo docente. Além da receptividade os membros do comitê saíram da Escola com uma preciosa colaboração para este blog oferecida pela  Professora Letícia Neutzling Benites – turma 34.

Mostra Científica no Colégio Mãe de Deus 

Os alunos do terceiro ano do Ensino Fundamental apresentaram suas aprendizagens realizadas a partir de diferentes experiências com a água, na Mostra Científica do Colégio Mãe de Deus, no dia 22 de outubro deste ano.

O estudo sobre a água é um dos principais focos do terceiro ano. Alguns dos nossos objetivos são: diferenciar ciclo natural da água, de ciclo urbano da água, percebendo as ações do ser humano; conhecer o processo de tratamento da água, na ETA (estação de tratamento de água), observando as diferentes etapas de purificação, desenvolvendo atitudes de racionamento da água e conhecer o funcionamento da ETE (estação de tratamento de esgoto), pesquisando alternativas de despoluição da água por processo natural.

As crianças mostraram-se muito curiosas ao longo do estudo e das experiências. Aprendem também sobre: o DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto), a fórmula da água (H2O), os três estados (líquido, sólido e gasoso), as principais características da água (insípida, inodora e incolor), os tipos de água (doce e salgada), a situação da água em nosso planeta e também em nossa cidade, a diferenciar água potável de água contaminada e principalmente a usar a água com consciência.    

 Todas as experiências feitas com os alunos seguiram o roteiro: questionamento, materiais utilizados, modo de fazer , hipóteses dos alunos e resultado. As crianças realizavam a experiência em aula ou em casa e depois faziam o registro escrito em seus cadernos. Eis algumas delas, realizadas ao longo do terceiro trimestre deste ano e expostas na Mostra Científica: Onde a temperatura é maior: na areia ou na água?; Por que a água sai mais despoluída o filtro?; É possível arrastar gelo com um palito?; O ovo afunda ou flutua na água salgada?; Água salgada congela?; O que acontece se misturamos água, sal e óleo? e Por que o iceberg flutua?.      

O estudo da água, no terceiro ano, este ano abarcou também a saída a campo para conhecermos o Arroio Cavalhada, na zona sul de nossa cidade. Com a saída de estudos, fizemos muitas aprendizagens. Entre elas:

  • O Arroio Cavalhada, como todo arroio, nasce em cima do morro, que é o Morro da Pedra Redonda. Este Morro tem275 metrosde altitude.
  • Próximo da nascente de um arroio existem árvores altas e de cor verde forte e assim é com o Arroio Cavalhada.
  • Ao longo do percurso do arroio encontramos como vegetação, muitas taquaras que o protegem da poluição.
  • Na nascente do arroio, lá na parte alta do morro, percebemos que a água é limpa.
  • Durante o estudo fizemos várias vezes o exercício de ver a água, ouvir o som do arroio e de sentir o cheiro na beira dele. Quanto mais próximo da nascente, mais limpa estava a água, mais som de água corrente ouvíamos e sentíamos também um cheiro melhor.
  • O Arroio Cavalhada atravessa vários bairros da zona sul de Porto Alegre, como: Cavalhada, Vila Nova e Belém Velho.
  • Ao longo do Arroio Cavalhada há muitas casas que não tem saneamento básico e nele é despejado todo esgoto produzido por estas comunidades.
  • O esgoto, despejado diretamente no arroio, polui e contamina a água, impedindo sua utilização e causando prejuízo à natureza.
  • Existe uma fábrica de refrigerantes que utiliza a água do Arroio Cavalhada, mas faz o tratamento do esgoto antes de devolver a água ao arroio, mostrando preocupação com o meio ambiente.
  • O Arroio Cavalhada deságua no Lago Guaíba, no bairro Cristal e tem ao todo 14 quilômetros de extensão.
*Texto e fotos professora Letícia Neutzling Benites
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Água é tema principal e desafio para estudantes

Este belíssimo exemplo foi garimpado na edição do dia 27 de julho, do Jornal do Comércio de Porto Alegre, na coluna “Cidades”. Trata-se de um atividade escolar realizada na cidade de Marques de Souza, cuja a transcrição fazemos a abaixo.

“Com o objetivo de sensibilizar para a importância da água para o ser humano e para o planeta, a escola de ensino fundamental Carlos Gomes realizou recentemente uma tarde especial com os alunos de 5ª a 8ª séries. Em parceria com a rádio Encantado-FM, organizou uma série de atividades atentando principalmente para a economia no consumo da água e desafiando os adolescentes para ações práticas que podem contribuir para seu racionamento e, conseqüentemente, melhor preservação do planeta.

Inicialmente os alunos tiveram uma palestra com a Professora Cátia Viviane Gonçalves, que contextualizou a Água dentro do Universo Terra, com vídeo temático, observando o caminho inverso da água, chegando a sua fonte, e atentando para a  preservação as natureza. Depois momento, foi feito um concurso cultural intitulado Sustentabilidade Criativa, com charadas e questionamentos lúdicos sobre a valorização da água e seu consumo. Como proposta prática foram desafiados a incluir na sua rotina alguns cuidados simples, mas fundamentais, como banho de no máximo 10 minutos, atenção para puxar descargas sem necessidade, além da observação de como podem poupar mais no dia, entre outros.

Professora Cátia facebook

            Antes de finalizar o encontro, os instrutores lembram os alunos que, atualmente, o município, bem como a região, ainda não precisa fazer o racionamento, mas outras cidades do estado já têm essa necessidade.”

naturavendas.wordpress.com

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Dinâmica de Grupo: A palavra é… Água

1. Numa cartolina faça recortes em forma de gota d’água;

2. Escreva em cada gota a palavra água em idioma estrangeiro, abaixo numa fonte menor, escreva a origem e ou adjetivo gentílico de cada palavra;

3. Em seguida distribua uma gota para cada um dos participantes e peça que eles leiam em silêncio a palavra maior;

4. Por derradeiro, solicite que cada um, sob seu comando, leia em voz alta a palavra água, no idioma escrito na sua gota, repetindo isto várias vezes;

5. A fusão das palavras criará um turbilhão de sons que encherá a sala lembrando uma verdadeira cachoeira de palavras. 

fabianapaula.wordpress.com

Esta dinâmica pode ser utilizada no ensino fundamental nas aulas de ciências para iniciar de uma forma divertida os estudos sobre ciclo da água. Podem ser feitas, por exemplo, conexões com a geografia localizando e estudando no mapa o local e regiões onde a água se escreve de determinada maneirae; com a gramática no estudo da classificação das palavras, no caso os adjetivos gentílicos e o respectivo país de origem.

Abaixo a palavra “água” traduzida (google) em diversos idiomas:

WATER – africâner, UJË – albanês, WASSER – alemão, ALPHA – armênio, AIGUA – catalão, VODE – croata, VAND – dinamarquês, VODA – eslovaco, VODA– esloveno, AGUA – espanhol, VESI – estoniano, VESI – finlandês, L’EAU – Francês, AUGA – galego, DWR – galês, V€PÓ – grego, DLO – haitiniano, WATER – holandes, VIZ – húngaro, AIR – indonésio, WATER – inglês, UISCE– irlandês, VATN – islandês, ACQUA – italiano, AQUA – latim, UDENS – letão, VANDENS – lituano, AIR – malaio, ILMA – maltês, VANN– norueguês, WODA – polonês, DE APA – romeno, ARYA – russo, ARYA – sérvio, MAJI – swaíle, VATTEN– sueco, TUBIG – tagalo, IG– Tupy, SU – turco, ALPHA – urdu.

Além da sala de aula, “A palavra é… Água”, pode ser aplicada como quebra gelo em palestras, seminários e encontros cujo tema seja os recursos hídricos.

Dinâmicas de Grupo e Pedagogia

As dinâmicas de grupo são aquelas atividades feitas em conjunto que objetivam a integração do grupo e um melhor feedback de dados durante o processo cognitivo. Na pedagogia elas podem servir tanto ao ensino dito clássico, como também nos métodos alternativos de aprendizagem.

Através de exercícios lúdicos são construídas pontes entre os diversos ramos do saber (interdisciplinaridade) que aumentam a sensibilização, facilitando entendimento e a fixação de conteúdos programáticos na sala de aula.

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2011 – Ano Internacional da Química – AIQ

Para quem não sabe 2011 é o ano Internacional da Química. Para marcar esta a data a Sociedade Brasileira de Química lançou o portal educativo, http://www.quimica2011.org.br/. Já, na primeira página do portal encontramos uma definição que demonstra a extrema relevância da química na vida de todos. Vejamos:

“A Química é a base da vida. Toda matéria encontrada no universo é composta pelos elementos químicos e sua combinação molecular, representada por desde gases vitais como o oxigênio e a amônia, até estruturas de enorme complexidade como o DNA e as proteínas. Sua diversidade tem esplendor na natureza e nas inúmeras possibilidades de composição de materiais para as mais diversas aplicações, a exemplo de medicamentos, alimentos, novos materiais, ligas metálicas e energia”.

O portal, entre vários assuntos, traz informações o sobre um DVD, e um arquivo PDF, para download, da primeira edição do projeto “A Química perto de você: experimentos de baixo custo para a sala de aula do ensino fundamental e médio”. Atenção professores, O projeto se constitui numa genial ferramenta pedagógica capaz incentivar e melhorar a relação do aluno com o estudo da química, sobre tudo nas escolas públicas carentes de recursos pedagógicos.

Nesta edição, os 20 experimentos apresentados, envolvem solventes com alta volatilidade, a necessidade de aquecimento mais efetivo e que praticamente não levassem a geração de resíduos, visto que o foco era gerar material para apoio à sala de aula. Haverá uma segunda edição com novos experimentos, ainda no ano de 2011 e que, como a primeira, terá seu ISBN junto à biblioteca nacional. Está prevista uma tiragem de 100 mil exemplares para distribuição gratuita nas escolas e ser realiza pelo MEC.

Como estamos no Blog do Museu das Águas, abaixo escolhemos um exemplo de experimento, que poderá ser útil para a compreensão dos fenômenos provocados pelos óxidos ácidos (SO2, SO3, NO e NO2); substâncias responsáveis pela chuva ácida, além de vários outros problemas ambientais.

Cal + Água com Gás: Conhecendo os Óxidos

Contribuição de Nilcimar dos Santos Souza, LCQUI-UENF, Laboratório de Ciências Químicas, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes-RJ, Brasil – nilcimars@yahoo.com.br – Palavras-chave: água com gás, cal, óxidos

Esse experimento permite ao professor trabalhar o conceito dos óxidos que, via de regra, encerra o estudo das funções inorgânicas nos anos finais do ensino fundamental. Conceitos pertinentes ao eixo temático Vida e Ambiente, como solubilidade, filtração, lei de conservação das massas e reações de síntese e de neutralização também poderão ser abordados.

Material utilizado

a– 2 frascos de vidro ou de plástico transparentes, longos e com capacidade entre 100 e 300 mL. Podem-se utilizar frascos vazios de azeitona, pimenta, azeite, alcaparras, etc.

b– água comercial com gás suficiente para encher uma das garrafas utilizadas (evite abrir o frasco antes de iniciar o experimento, evite também utilizar água gaseificada com sabor)

c– água sem gás para encher uma das garrafas utilizadas (pode-se utilizar água de torneira)

d– cal virgem de pintura (encontrado em lojas de material de construção; para cada 100 mL de água será usado 0,5 g de cal)

e– espátula

Experimento

1. Com o auxílio de uma espátula, adicione em cada frasco 0,5 g de cal (para cada 100 mL de água será utilizado 0,5 g de cal).

2. Abra a garrafa de água com gás, verta a água na quantidade relativa ao cal adicionado no item 1 e tampe-o rapidamente.

3. Faça o mesmo no segundo frasco, usando água sem gás ou da torneira e tampe-o. Procure executar esse procedimento logo após o anterior.

4. Agite os frascos até que seja observada uma solução homogênea de aparência leitosa.

5. Concluída a homogeneização e observação das soluções formadas, deixe em repouso por cerca de 10 minutos.

6. Verifique se algo mudou nas soluções e o porquê dessas mudanças.

Observação:

Após os 10 minutos determinados, pode-se verificar que a solução do frasco que continha água com gás estará praticamente transparente. Haverá uma grande quantidade de um precipitado branco, ao passo que a solução do frasco que continha água sem gás se manterá com a mesma aparência leitosa observada inicialmente (Figura 1).

Figura 1 – Frascos contendo água com gás (à esquerda) e água sem gás (à direita), após 10 minutos de repouso.

Entendendo o experimento

As relações entre ciência, tecnologia, sociedade e ambiente estão cada vez mais presentes em nossas vidas. Minérios, chuva ácida, cerâmicas, calagem do solo, aquecimento global e metalurgia, por exemplo, são alguns dos assuntos frequentes nas notícias que lemos, vemos, ouvimos e discutimos com naturalidade. Ao investigar cada um desses assuntos com lentes mais científicas, perceberemos a presença de um tipo característico de substância: os óxidos.

Os óxidos são substâncias formadas pela combinação de um ou mais átomos de oxigênio com um ou mais átomos de um outro elemento menos eletronegativo que o oxigênio. Duas das mais importantes classificações dos óxidos são: óxidos ácidos e óxidos básicos. Ambos possuem grande inserção em nosso cotidiano, mas revestidos de outros significados, como, por exemplo, a “cal”, a “ferrugem”, o “gás do refrigerante”, dentre outros. Uma discussão mais profunda sobre os óxidos deve ser feita, deixando claro o conceito de óxidos básicos e óxidos ácidos, de acordo com o grau de compreensão dos estudantes. Nesse momento, pode-se identificar o gás presente na água com sendo o óxido ácido CO2 (dióxido de carbono) e a cal como o óxido básico CaO (óxido de cálcio).

Para melhor compreensão do fenômeno ocorrido, pode-se iniciar a discussão sobre as reações químicas que envolvem óxidos ácidos e básicos. Dessa forma, considerando que tanto o CO2 quanto o CaO estão em meio aquoso, a reação 1 (exclusivamente no frasco com água com gás) e a reação 2 (em ambos os frascos) ocorrem.

Reação 1: CO2 (aq) + H2O (l) H2CO3 (aq)

Reação 2: Cao (s) + H2O (l)  Ca(OH)2 (aq)

Ainda é possível discutir reações de neutralização, envolvendo ácidos e bases, que servirão de suporte para a conclusão de que, no frasco onde ocorreram as reações 1 e 2, houve também a reação 3.

Reação 3: H2CO3 (aq) + Ca(OH)2 (aq)  CaCO3 (s) + 2H2O (l)

Ao término da discussão, os estudantes concluirão que ao adicionar óxido de cálcio à água ocorre a formação de hidróxido de cálcio, substância solúvel em água e utilizada para caiar paredes. Por outro lado, ao dissolver CO2 em água, ocorre a formação do ácido carbônico, substância utilizada em bebidas gaseificadas e que à temperatura ambiente é instável, sendo logo decomposta de volta à água e ao dióxido de carbono (bolhas que saem da água com gás e refrigerantes). Quando presentes no mesmo meio, o ácido carbônico e o hidróxido de cálcio reagem formando carbonato de cálcio e água. Por ser insolúvel em água, o carbonato de cálcio precipita e, à medida que isso acontece, vai tornando a solução mais clara. Neste contexto, o assunto solubilidade pode aparecer naturalmente. Por fim, pode-se proceder a uma filtração com filtro de papel com o objetivo de reter o carbonato de cálcio.

Segundo Krasilchik, a partir da década de 1990 iniciou-se uma tendência em adotar um modelo de ensino de ciências em que “os alunos passam a estudar conteúdos científicos relevantes para sua vida, no sentido de identificar os problemas e buscar soluções para os mesmos”. Adotando esse posicionamento, o professor poderá utilizar o conceito de óxido ácido para tratar, por exemplo, do SO2, SO3, NO e NO2, substâncias responsáveis pela chuva ácida, além de vários outros problemas ambientais. Ainda no bojo das relações entre óxidos ácidos e o meio ambiente, há o CO e o CO2, sendo este último o gás mais abundante produzido e liberado na atmosfera pelo homem. Ao trabalhar o conceito de óxido básico poderá se falar sobre os minérios, a metalurgia em geral e a calagem dos solos utilizados na agricultura.

Resíduos, tratamento e descarte

Os resíduos gerados neste experimento podem ser descartados no lixo comum.

Referências

– BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília, DF: MEC/ SEF, 1999.

– Krasilchik, M. Reformas e realidade: o caso do ensino das ciências. São Paulo em Perspectiva, v.14, p.1, 2000.

– Silva. L. L., Stradiotto, N, R. Soprando na água do cal. Química Nova na Escola, v.10, p.51, 1999.

Colaboração: Eder Coutinho / Divulgação AIQ

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Na Beira do Rio Tem Uma Cidade: Valorização dos Corpos D’água

O Seminário Internacional “Porto Alegre de Frente para o Guaíba”, realizado pela Prefeitura de Porto Alegre, entre os dias 13 e 14 de outubro de 2010, trouxe colaborações valorosas para o estudo de políticas urbanísticas eficientes de aproximação da população para com a orla do nosso amado Guaíba.

O painel II, “Na Beira do Rio Tem Uma Cidade: Valorização dos Corpos D’água, ministrado pela Urbanista Arquiteta Doutora Sandra Soares de Mello, foi uma oportunidade de ouro para aquisição de subsídios para o estudo e estabelecimento de diretrizes capazes de restaurar a identidade da população porto-alegrense para como a orla do Guaíba.

Com o subtítulo “Princípio de Planejamento e Intervenção, a painelista iniciou seu pronunciamento relembrando exemplos clássicos do Rio Sena, Rio Tibre e Cidade do Porto. Exemplos, que ela julga bem sucedidos com relação às questões urbanísticas ligadas aos cursos d’água. Isto é, paisagens ribeirinhas integradas ao cotidiano das cidades. Corpos d’águas transformados em cartões postais, utilizados como lazer e fonte vida. Espaços freqüentados pelas populações destas cidades, que criam forte vínculo e identidade com seus rios e suas orlas.

Segundo a Doutora Sandra, espaços junto a corpos d’água com esta configuração podem ser alcançados mediante um planejamento urbanístico que leve em conta que estes locais suscitam relações dicotômicas: estes espaços atraem pessoas; corpos d’água e seus espaços adjacentes são importantes para a preservação e qualidade de vida como um todo.

Corpos d’água além das funções ambientais, também possuem funcionalidades urbanas. Espaços beira-rio fazem parte da história e são determinantes para a fenomenologia e funções sociológicas. Possuem funções utilitárias (abastecimento, higiene, recreação, geração de energia, transporte, transporte de sedimentos).

Logo, o projetista quando fizer o planejamento para espaços juntos aos corpos d’água, deve necessariamente ter em vista que uma orla apresenta espaços dinâmicos e que a revitalização não pode ser feita apenas por meio de arquitetura. Deve ainda, observar e respeitar a funções naturais que a orla exerce sobre o corpo d’água. Citem-se as seguintes funções:

  1. Receptar e conter sedimentos;
  2. Garantir as enchentes sazonais;
  3. Reter as águas da micro-bacia;
  4. Promover a estabilidade dos corpos d’água;
  5. Permitir as migrações dos corpos d’água;
  6. Proteger a biodiversidade e as cadeias gênicas.

Relativo às cidades e o aproveitamento de seus corpos d’água observa-se duas vertentes. Na primeira, o corpo d’água é desconsiderado e o resultante são as invasões o lixo e abandono; na segunda, a orla está plenamente incorporada à paisagem e existe o tratamento e uso privilegiado.

Em 1960, surgem as primeiras iniciativas de resgate das cidades com os corpos d’água (este fenômeno no Brasil é recente). Entretanto, nas soluções adotadas para este resgate predominaram soluções artificialistas. Tais como: a pavimentação maciça, técnicas de tratamento artificiais da orla e as construções.

Contra este artificialismo podemos fazer duas críticas. Primeiro, ele causa desequilíbrio ecológico, assoreamento e propiciam as inundações, uma vez que retiram as proteções naturais que obstaculizam estes fenômenos. Segundo, verificam-se nestes projetos ausência de espaços para o desenvolvimento da Urbanidade.

“Segundo o dicionário Aurélio, urbanidade (no sentido de comportamento) significa qualidades relacionadas à cortesia, ao afável e à negociação continuada de interesses.”

Também são sinônimos de urbanidade a “civilidade” e as “Formalidades Urbanas”. No blog “Conscienciopedia” encontramos a seguinte definição:

“ A urbanidade é a qualidade consciencial da conduta coerente com a vida urbana e influenciada pelo contexto cultural, físico, social e temporal.”

Observe-se, que a urbanização geralmente está acompanhada de artificialidade e apresenta a ausência de espaços para exercício da urbanidade. No entanto, para que se criem espaços que cultivem a urbanidade, existe a necessidade de um certo grau de urbanismo. Espaços voltados à urbanidade devem ter como foco a qualificação da vida urbana em sentido ambiental e das relações sociais.

(A utilização de espaços de beira d’água conjuminados com áreas urbanas encontra-se disciplinada na Lei nº 7.803 de 1989 – ressalte-se que o conhecimento dos preceitos legais é conditio sine qua non para alcançar a eficácia na luta pela preservação do ambiente natural)

Cidades e corpos d’água – Pondera a Doutora, que inaplicabilidade dos preceitos legais resulta em desrespeito às faixas de preservação, com uma conseqüente desproteção das orlas.

(As ocupações das margens são objeto de resoluções do CONAMA, e somente devem ser efetivadas em função de casos excepcionais nos quais o impacto seja baixo e que sejam de utilidade pública.)

O processo de revitalização de espaços “beira-rio” gera conflito entre ambientalistas e urbanistas. Por isso, a Doutora sugere a integração destes dois pontos de vista, no qual o resultado final seria a criação de um conjunto urbanístico com atributos para o exercício da urbanidade e outros com atributos ligados à funcionalidade ambiental.

Urbanidade em Ipanema – Porto Alegre

Destaca que espaços com atributo de urbanidade promovem a valorização dos corpos d’água. Também, que devido às peculiaridades dos espaços beira-rio estes possuem diferentes configurações e diferentes desempenhos de urbanidade.

Neste sentido para a valorização de um corpo d’água devem-se observar alguns pressupostos:

  1. Dimensão local – espaços abertos e de domínio público;
  2. Espaços constituídos – obras que permitam a urbanidade;
  3. Acessibilidade – acesso físico fácil;
  4. Fácil visibilidade;
  5. Destinação – algumas áreas devem servir como protetoras da cadeia gênica;

A observância destes pressupostos tem o condão de conduzir as populações para uma familiaridade maior com a orla, de estabelecer relações práticas e expansivas. Cria uma identidade com a orla e um sentimento de pertença nas pessoas, indispensável para o florescimento de uma consciência de proteção preservação destes ambientes. Frisa que acessibilidade aumenta a valorização dos corpos d’água.

“Teoria da Sintaxe Espacial”, de acordo com esta teoria realiza-se uma abordagem diferenciada ao longo do corpo d’água.

  1. Tratamentos que permitam a urbanidade em espaços urbanos em beira d’água;
  2. Tratamentos do corpo d’água com engenharia vegetal;
  3. Abordagem paisagística privilegiando as espécies locais (sobre este assunto – sugeriu o trabalho do paisagista Fernando Chacel);
  4. Áreas de sensibilidade ambiental demandam tratamento natural e outras direcionadas à urbanidade demandam tratamento paisagístico e arquitetônico.

São aspectos espaciais a ser considerados quando se pensa na criação de espaços com atributo de urbanidade junto a corpos d’água, segundo a Teoria da Sintaxe Espacial:

  1. Domínio Público;
  2. Acesso Físico;
  3. Visibilidade;
  4. Constitutividade;
  5. Destinação.

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SANDRA SOARES DE MELLO – Doutora em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pesquisa e Pós-Graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília – PPG/FAU/UnB.

Interessado no assunto? Acesse:

http://vsites.unb.br/fau/dimpu/portugues/mellosandra2009.pdf

texto : Leonel Braz

foto: PAM – Porto Alegre em Movimento

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(In) Fluência da Água

“(In) Fluência da Água é uma performance criada para abrir as palestras de divulgação da Proposta do Museu das Águas de Porto Alegre. Apresenta momentos da nossa vida onde o papel da água é fundamental. Para participar do Action Day, evento mundial de blogueiros, foram elaboradas duas versões acompanhadas de ensaio fotográfico protagonizado por Justino Chaplin. Para fazer download deste trabalho, basta acessar os links a seguir:

Em português: http://www.4shared.com/document/7zTdPwzJ/ACTION_DAY_2010_-__IN_FLUENCIA.html

In english: http://www.4shared.com/document/NJ3_BC4_/FOR_ACTION_DAY_2010_-__IN_FLUE.html

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ANA MAE BARBOSA E O MUSEU CONTEMPORÂNEO

Inauguramos o espaço reservado ao eixo educacional  no site do Museu das Águas de Porto Alegre com algumas considerações sobre o tema “museu contemporêno” proferidas pela Professora Ana Mae Barbosa,  durante o “Colóquio Internacional de Arte Contemporâna e Museus”, realizado em Porto  Alegre, entre os dias 24 e 27 de agosto, no Santander Cultural.

Segundo a professora o “museu” é o fascínio das massas, território da inovação e sustentáculo da história. O museu atual dever ter arquitetura contemporânea e ser dinâmico. Ou seja, deve abarcar um acervo fixo e um circulante. Não tem que restringir-se apenas a exposição de seus acervos, deve também dedicar-se à pesquisa e formação de novos valores (atualmente as únicas pesquisas se referem ao perfil dos visitantes).

Afirma que os museus brasileiros apresentam um modelo falido inspirado no século XIX. Credita esta situação a um elitismo exagerado. Pois, os conselhos diretores são indiscutivelmente dominados por elites. Inclusive o manejo de reserva técnica (compra de coleções / formação de acervo) funciona como uma verdadeira reserva de poder. Contra esta posição estática, ela propõe uma “profanação dos museus” como forma de forçar a revisão da atual política conservadora aplicada aos museus brasileiros.

Ressalta a mestra, que inexiste uma política concreta de aquisição e manutenção das coleções de arte. A aquisição de acervos ainda feita através de critérios pessoais e que o Brasil vem sistematicamente perdendo acervos importantíssimos para museus e colecionadores estrangeiros. Isto representa um empobrecimento na identidade cultural do país, que deixa escoar para fora das fronteiras parte importante de sua história consubstanciada na arte e em artefatos arqueológicos.

Quanto à falta de gerenciamento adequado dos acervos, citou o lamentável sinistro que vitimou parte da obra do artista contemporâneo Hélio Oiticica, um verdadeiro holocausto cultural. E a falta de segurança e  de manejo adequado dos diversos tipos de acervos espalhados pelo país.

Com relação à funcionalidade do museu contemporâneo, Ana Mae, diz que o museu moderno já não comporta mais multidisciplinaridade deve ser visto sob uma forma mais ampla a “interterritorialidade”. O museu tem que apresentar várias rotas para as atividades educativas. Considera que o didatismo é contra a conscientização.

No museu de hoje as crianças devem receber atenção especial com a criação de espaços exclusivos para elas. Ateliers nos quais elas sejam levadas a experimentar através de jogos neoconcretos ou atividades lúdicas, com a finalidade de fixação ou inovação de conceitos. (No Brasil o primeiro atelier para crianças dentro de um museu foi o do MASP)

Ana Mae é enfática ao afirmar que visitas guiadas não devem ser aplicadas nem mesmo aos cegos. Que os roteiros tiram a capacidade de sugestão dos observadores. Destaca ainda, que o termo monitor é conservador e induz a pensar que esta pessoa trabalha sob ordens, relegando o conhecimento para um patamar secundário. Neste sentido o roteiro é também uma forma de negar a igualdade entre as partes presentes no museu.

Nesta diapasão sugere a substituição do monitor pela figura do mediador. Este faria a mediação entre a arte/conhecimento e o público, sempre em posição de igualdade e sem aconstrução de uma barreira hieráquica. O mediador deve entender o público através do diálogo, deve ser um provocador no melhor sentido. Um questionador, as conclusões devem ficar inevitavelmente por conta do observador. Os mediadores devem passar por  um processo de formação, sendo que suas atividades não devem ser atribuídas a meros estagiários.

O santander Cultural em seus catálogos já contempla a terminologia “mediação”.

Os catálogos dos museus também devem merecer atenção especial, jamais fornecer cópias fotostáticas (xerox) para professores e visitantes. Eles tem que ser feitos com antecedência, devendo contemplar as propostas do museu e  evitando a pura e simples exposição de acervo.

Por último, Ana Mae Barbosa, citou o “Museu do Barco”, um museu itinerante, de criação do casal Dalton Costa e Maria Amélia, que valoriza a obra do artista nordestino ribeirinho do Rio São Francisco, levando arte e conhecimento a uma coletividade afastada dos grandes centros de arte. O museu também funciona com fator que eleva da auto estima do artista no meio em que vive.  Para ela o “Museu do Barco” é própria tradução da contempoaneadade, quando se fala em museologia moderna.

Informações sobre o Museu do Barco  podem ser acessadas neste link: www.batelli.com.br/entretenimento/um-museu-de-arte-sobre-as-aguas-do-sao-francisco-145

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Ana Mae Barbosa, Professora titular da USP e da Universidade Anhembi Morumbi, ensinou nas Universidades de Yale e Ohio, nos Estados Unidos. Foi presidente INSEA e diretora do Museu de Arte Contemporânea da USP (1987-1993). É autora da premiada de inúmeros livros sobre Arte e Arte/Educação, tendo recebido premio da Ordem Nacional do Mérito Científico. Proferiu palestras nas Universidades de Harvard e Columbia, no MOMA e em cerca de 30 países das Américas, Europa, Ásia e África. Foi consultora do canal Futura, mebro do conselho cultural da Petrobras Cultural.

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Museologia (do 2 μουσειόν = museión ‘museu’, lugar das musas, e λόγος = logos, razão) é uma ramo do conhecimento humano que se dedica  a administrar, manter, organizar acervos, exposições e eventos nos museus.

Os museus modernos surgiram no século XVII, na Itália, com a doação de coleções particulares. Sendo que os primeiros museus públicos que se tem notícia foram criados na segunda metade do século XVIII na Inglaterra e França. No Brasil, o primeiro museu data de 1862, o Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (Pernambuco)

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texto: Leonel Braz
fotos da postagem: 3.bp.blogspot.com/…/s320/ana+mae.jpg
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